terça-feira, 15 de julho de 2014


(Você pode ler esse texto ao som de Tee Shirt - Birdy)
Eu sei que é você. Te vi passando, querido. Reparei no teu andar e na jaqueta preta e tive certeza que esse sorriso meio torto não poderia andar longe de mim. Não precisa disfarçar, não. Eu sei que é você porque esse som alto não poderia vir de outros fones de ouvido. Quem escutaria a minha música preferida no volume máximo se não você? Resposta certa, ninguém.
Eu sei que é você porque ninguém tem esse cabelo igual ao teu. Nem os olhos, nem a boca, muito menos as mãos. Até o teu nome ninguém tem, pois o teu soa diferente quando sai dos meus lábios. Não precisa ficar tímido, essa parte é comigo. E já estou com as bochechas vermelhas só com esse teu olhar pra cima de mim, pode parar.
Eu sei que é você porque ninguém escolheria um lugar tão perto de mim pra sentar, jogar a mochila e se acomodar. Pra tirar os tênis, escorar as pernas e me perguntar se tá tudo bem, o que eu fiz hoje e o que eu vou querer fazer amanhã. Ninguém atrairia tanto a minha atenção e me arrancaria palavras tão fáceis se não fosse com esse teu jeitinho.

Eu sei que é você porque eu fiquei pensando essa manhã toda em como você sempre aparece na hora certa. Eu estava esperando você agora e em todas as outras vezes que você apareceu. Pode se gabar, você tem um dom. Mas não fica se achando muito não, tá?
Eu sei que é você quando recebo uma mensagem cedo da manhã, porque operadora nenhuma de celular manda mensagens nesse horário. É só você que acorda e se lembra de mim. É só você que dorme e se lembra de mim. É só você que faz qualquer coisa e se lembra de mim.
Eu sei que é você desde o dia que eu te vi caminhando na minha direção. Eu sei porque você parou e ficou. Mesmo querendo ir embora, mesmo querendo passar reto, mesmo tento mil e outras coisas pra fazer. Você ficou, me cumprimentou e já levou um pedaço meu junto, porque você já sabia que era eu.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Nail art Brasil

É dia de Brasil, minha gente! O que significa que tem nail art especial uhuuul
Pra fugir das cores vibrantes da bandeira, resolvi escolher as fofitas cores candy, num degradê poa. É facinho de fazer, vê só


Pra começar, pintei as unhas de branco. Usei esses esmaltes que estão ali na foto, acho que os tons super combinam entre si.



Pra fazer as bolinhas eu usei um palito de dente. Cortando a pontinha dele, com a tesoura mesmo, ele fica com uma ponta perfeita pra fazer bolinhas perfeitas. O tamanho delas vai depender da quantidade de esmalte e do quanto você pressionar na unha. Na verdade não precisa pressionar nem um pouquinho, você vai ver, só de encostar a ponta molhada com o esmalte a bolinha já sai linda e maravilhosa!



A dica é fazer primeiro todas as bolinhas amarelas, depois todas as verdes e depois todas as azuis. Você gasta bem menos esmalte e vai bem mais rápido ;) Faça uma mão e depois a outra.





Pra finalizar aplique um top coat ou verniz, sua nail art vai durar mais tempo! Mas espere as bolinhas secarem, ok? Se não você vai sair arrastando bolinhas por toda a sua unha.
Espero que tenham curtido!
beeijos

quinta-feira, 19 de junho de 2014


(Você pode ler esse texto ao som de Magic - Coldplay)
Eu gosto da parte em que nossos dias se encontram.
Depois de você levantar da cama, tomar um banho, correr pra não perder o ônibus e fazer a prova mesmo sem ter estudado nada. Depois de você mandar uma mensagem pro seu amigo pra encontrar com ele porque faz tempo que vocês dois não se veem e ele tem novidades, mas elas não são tão boas assim. Depois da tarde cheio de trabalho, dos telefones tocando e das pessoas que você não vai muito com a cara. É quando você pega o caminho da minha casa e as coisas começam a mudar.
Depois de eu ter acordado atrasada e feito um rabo alto no cabelo porque não daria tempo de arrumar do jeito que eu gosto mesmo. Depois de pegar o ônibus, passar no banco, no correio, na lotérica, chegar no trabalho e descobrir que o dia vai ser longo. Depois de xingar mentalmente a colega do lado, sair dali, passar no mercado e ficar na fila pra pegar as coisas que estão faltando na geladeira. É quando pego as sacolas e vou pra casa correndo pra tentar me arrumar e te esperar chegar pro dia começar a mudar.
É quando o celular vibra e eu leio que você tá chegando que o meu rosto muda. Quando a campainha toca e eu me olho no espelho pra ver se tá tudo ok e abro a porta. O que aconteceu contigo de um lado da cidade e o que aconteceu comigo dentro do escritório sumiu. As barreiras de tempo e espaço não estão mais entre nós, agora compartilhamos o mesmo tempo e (pra nossa sorte) o mesmo espaço. Seu dia encontrou o meu e, sinceramente, é a melhor parte do dia. Dos dias, na verdade, desde aquele primeiro em que eu te encontrei de repente na rua.
Você é a minha parte preferida do dia porque é quando eu me sinto mais leve. Desabafo, dou umas risadas e o astral de todas as horas que vieram antes muda. Pode até chamar de mágica, porque qualquer coisa alheia a nós desaparece. Nenhuma outra realidade existe. Nada mais é importante.
Eu gosto da parte em que nossos dias se encontram porque é ela que faz todas as 24h valerem a pena.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Entrevista Comunidade Nin-Jitsu

Gaúchos, carismáticos e talentosos. Comunidade Nin-Jitsu, banda porto alegrense que trouxe grandes inovações para o cenário musical brasileiro no final da década de 90, continua conquistando fãs por onde passa. A banda que fez shows ao lado de Raimundos e Charlie Brown Jr esteve em Carazinho, no Hipster Pub, mostrando todo o seu diferencial no palco. Tive a oportunidade de entrevistar os caras, junto com a minha colega Luana Fiorentin. Foi um papo bem divertido e super descontraído! Confere aí:



MundoTeen: Em quase 20 anos de carreira o que mudou?
Gibão: O baterista! (risos)
Mano Changes: Mesmo o Gibão que hoje é o nosso batera, é um cara que tem muita afinidade com a gente, mesma geração, ouve as mesmas coisas, a gente já se conhecia muito bem, já tinha uma amizade, inclusive com o segundo batera e com o primeiro batera que é o Pancho, que fundou a banda junto com a gente. Independente das mudanças pessoais que aconteceram, eu acho que o segredo da Comunidade é que a gente sempre se divertiu muito. Sempre fizemos muita festa e isso acabou de certa forma se traduzindo pras nossas músicas. Começamos a fazer sucesso com coisas que faziam a gente se sentir bem, nós vimos que esse era um norte pra nossa vida como artista. Independente do que aconteceu na minha vida, na vida do Nando, na vida do Fred, a gente sempre tentou passar esse mesmo feeling pra comunidade. Claro que a gente amadurece, claro que a gente muda um pouco às coisas na nossa vida, algumas prioridades, a Comunidade Nin-Jitsu é uma coisa tão sagrada pra gente que nos preocupamos em não ter isso. Não somos uma banda que quer dizer assim “ai, nós evoluímos ao longo do tempo”. A gente até evolui, mas não buscamos essa evolução, buscamos nos basear no que fez sermos conhecidos e no que nos fez ser uma banda querida pelas pessoas.
MundoTeen: De onde surgiu a ideia de misturar diversos ritmos?
Mano Changes: Faz parte da nossa amplitude cultural. Sempre ouvimos muito rock, muita música negra, reagge, funk. Então isso sempre foi uma coisa natural pra gente. As bandas dos anos 90 têm essa referência, essa liberdade para misturar. Quando a gente ouviu “eu só quero ser feliz”, “o rap da felicidade”, aquilo pra nós era a batida do hip hop um pouquinho mais acelerada, já acontecia em Miami com True Life Group, Afrika Bambaataa, então pra nós isso foi muito natural, mas sempre foi uma coisa muito inusitada pras pessoas. E por ser inusitado, acho que a comunidade ainda está viva, firme e forte até hoje, fazendo disco novo, mil grau, dez músicas mil grau!
MundoTeen: E sobre o novo disco?
Mano Changes: A gente acabou de gravar o disco novo, está em fase de mixagem. É um disco bem legal, que tem três grandes hits e outros hits potenciais. É um disco que tem algumas loucurinhas, tem algumas coisas diferenciadas. Fizemos novamente com o Edu Car, que é um irmão nosso, que fez o nosso primeiro disco, então voltamos às raízes para mostrar um pouco da evolução e da história da banda.
Nando: Arriscamos uma praia um pouco mais pop e mais eletrônica do que a gente já vinha fazendo. E ao mesmo tempo nas outras cinco musicas do disco, resolvemos fazer exatamente o que fazemos no palco, uma coisa extremamente orgânica, extremamente visceral, extremamente energética. O gibão tocando as baterias, detonando no estúdio que nem ele toca ao vivo. Então é um disco que tem cinco músicas com uma roupagem um pouco mais eletrônica, um pouco mais pop, e cinco músicas mais orgânicas, que tem de funk mais americano, tipo black music, hardcore, rock, é um disco bem eclético. A gente continua mostrando de tudo, todas as nossas raízes.
Mano Changes: Com muito molho, com muita salsa!
Gibão: É um disco que é inovador, mas mantém a concepção original da banda. Se começar a tocar o disco tu vai saber “isso aí é Comunidade, só pode ser Comunidade Nin-Jitsu!”.
Fred: Até porque o Mano tem essa voz peculiar (risos). A voz do Mano é tão peculiar que nem ele consegue se imitar (risos). Então a gente grava cada vez de um jeito, vai escolhendo os takes. (risos)
Nando: As letras continuam a mesma diversão!
MundoTeen: Vocês escrevem as letras das músicas?
Nando: Sim, todas as músicas são escritas por nós.
Fred: Na verdade a gente psicografa assim, tipo Chico Xavier. (risos)
Nando: A gente escreve um monte de palavras em papeizinhos, mistura tudo e joga pra cima.
Mano Changes: Na verdade todas as nossas letras são um tributo a exuberância da mulher.
Nando: Na verdade a gente não consegue fugir ao tema.
Gibão: Tem como fazer uma tese, cada uma delas tem como ligar a exuberância da mulher. Quantas vocês lembraram aí?
Mano Changes: Inclusive eu to fazendo uns telefonemas pra gente ser indicado pra academia brasileira de letras. (risos)
MundoTeen: Teve algum cantor que serviu de referência pra vocês? Algum ídolo?
Gibão: Afrika Bambaataa
Todos: Bah!
Fred: James Brown
Mano Changes: O legal da Comunidade, é que a gente gosta de muita coisa, a gente é muito eclético. E isso dito até pelo Chad Smith, baterista do Red Hot Chilli Peppers, que em 2002 a gente tocou junto com eles em Porto Alegre no Gigantinho e o Chad Smith nos elogiou dizendo que normalmente as bandas que faziam o show de abertura são influenciadas pelo Red Hot e que a gente era influenciado pelas coisas que influenciavam eles, como George Clinton, Jimi Hendrix. Então a gente gosta mais, não de cantores e sim de algumas sonoridades como Beastie Boys, o Red Hot Chilli Peppers, como Afrika Bambaataa, como True Life Group, mas a Comunidade tem essa peculiaridade por ter sido a primeira banda no planeta a misturar o batidão do funk, o baile funk, o tamborzão, a história da periferia carioca, com a guitarra do rock. Então bem ou mal a gente consolidou uma história inusitada, original e por isso a gente já fez show na Europa, já tocou em vários cantos aí por ter uma sonoridade diferenciada.
MundoTeen: Vocês por serem uma banda gaúcha, sentem a diferença de tocar no Sul e em outro lugar?
Mano Changes: É sempre mais confortável tocar no RS, mas somos super bem recebido em outros estados. É como futebol, quando você joga dentro de casa tu tem obrigação de fazer os três pontos, mas quando tu joga fora de casa, tem que mostrar muito mais futebol pra fazer os três pontos. Então tem essa coisa de querer se superar e ao mesmo tempo se sentir em casa. A gente é uma banda muito ligada ao nosso público então quanto mais a galera interage conosco, quanto mais adrenalina a galera nos dá, mais tocamos de volta. Acho que uma banda de verdade tem que buscar essa energia, porque depois de 20 anos, tem que buscar energia, seja no melhor show ou no pior. Cada um tem o seu exercício nesse sentido e somos dependentes químicos do nosso público.
Gibão: A gente tocou no norte, em Recife, na Amazônia e foi lá que eu percebi como tem fã da banda no Brasil inteiro e como eles lembram do início da banda que foi quando mostramos essa coisa original na música brasileira e eles lembram “bah vocês vieram com aquela mistura, com aquele clipe, detetive”. Eles lembram daquilo, é muito marcante. Aí a gente ia tocar lá no Rio, lá em Recife, em Minas Gerais e eles sabiam quem era a Comunidade. Quando a banda surgiu ela deixou uma marca registrada que nenhuma banda fazia igual. Então depois de 10 anos a gente foi tocar lá, quando eu já tava na banda e eu pude perceber eles comentando sobre o passado da banda. Eu comprei o nosso segundo disco numa loja em Los Angeles, achei na seção de música brasileira, no meio de Djavan, Ivan Lins, Chico Sais e aí Comunidade! Mandei mensagem pra eles e tudo.
MundoTeen: Como vocês avaliam hoje o cenário musical brasileiro ?
Fred: O cenário precisa de pessoas como a gente. Com atitude, com personalidade, geração Comunidade, Raimundos. É isso aí!
Mano Changes: Falou pouco, mas falou bonito! (risos)
Nando: A música brasileira está carente do rock.
Fred: Mas o Mc Guime é mil grau! (risos) E o Emicida também!
Mano Changes: Essas são as coisas mais legais! Mas o rock está vivo, as pessoas falam “ah, o sertanejo, tudo”, mas tem espaço pra todo mundo, a gente não tem preconceito com nenhum som. Tocamos no Planeta Atlântida, junto com Raimundos e o G1 fez uma enquete perguntando qual foi o melhor show do sábado, com Skank, com The Offspring, com um monte de gente e Comunidade e Raimundos fica em 1º lugar com 56% dos votos e hoje a gente está aqui na mesma região, com a casa lotada é a mostra que o rock continua firme e forte. O rock brasileiro teve uma perda muito significativa que foi o Chorão, porque ele dizia tudo isso que o Fred disse, ele não tinha medo de dizer as coisas, ele era um cara verdadeiro, ele era um cara que às vezes cometia alguns equívocos, mas era muito autêntico e quando a gente é autentico tem muito mais probabilidade de errar, mas tem muito mais probabilidade de fazer coisas legais, de fazer coisas inusitadas. O Chorão gravou conosco “Tudo o que ela gosta de escutar”, no DVD que lançamos em 2013 e eu acho isso, que nós estamos aí pra continuar fazendo o que a gente gosta, que é fazer festa com a galera, se divertir. A Comunidade nunca deixou de atender as pessoas, nunca deixou de receber as pessoas que gostam de nós porque é o mínimo que podemos fazer no momento que a gente gosta muito do que a gente faz. É uma honra pra gente estar no Hipster aqui, muito astral, fomos muito bem recebidos. São poucos os contratantes que sabem valorizar um artista e isso é bem legal mesmo.
MundoTeen: Uma mensagem que vocês deixam pros fãs
Mano Changes: Cara, não desistam da gente, porque a gente nunca vai desistir da nossa história. A nossa história é muito intensa, eu, o Fred, o Nando e o Gibão. Principalmente eu, o Fred e o Nando, a gente é irmão mesmo, não é de sangue, mas o Fred e o Nando são irmãos mesmo, verdadeiros. Eu conheço eles desde os três anos de idade. A gente se atura muito, se ama e é isso que a gente passa no palco. Passamos uma coisa muito verdadeira que não é pretenciosa, bem pelo contrario, fazemos música pra gente, quando a gente faz música pra gente, acabamos sendo muito mais autênticos.
Gibão: Entendi nada! (risos)

Nando dormiu e faltou o Gibão pra completar a foto!


terça-feira, 13 de maio de 2014

DIY: Filtro dos sonhos com renda

O Filtro dos sonhos é originário da tribo indígena norte-americana Ojibwa. Eles acreditavam que cada sonho possui mensagens e vibrações diferentes, e o filtro serviria justamente para filtrá-las. Os sonhos bons passam pela teia, enquanto os pesadelos ficam presos no círculo até o nascer do sol (e desaparecem com a luz do sol nascente). Essa DIY é feita com uma renda ao invés da tradicional teia. É um jeito diferente e lindo para decorar o quarto – e de quebra se livrar dos sonhos ruins!

Você vai precisar de:
- Um arco (pode ser uma pulseira de metal, arame, cipó, o que achar melhor)
- Cola de tecido
- Um pedaço de renda
- Fitas de tecido e renda
- Linha de bordado
- Agulha e linha
- Penas e miçangas (pérolas, de madeira)
- Tesoura


Você pode fazer o seu filtro dos sonhos da maneira que mais te agradar, com mais ou menos cores, miçangas, penas e fitas de renda. Para começar, enrole o arco com a fita de tecido, colando a ponta inicial e final.


O meu arco era uma daquelas pulseiras da moda há uns anos atrás, lembra? Ela tinha um tecido chamativo em volta, então o troquei por esse mais neutro. O próximo passo é recortar a renda no formato do arco. Na verdade eu fiz isso primeiro, mas é aquela coisa de que "A ordem dos produtos não altera os fatores" hahaha. O corte também não precisa ser perfeito, ok? Pegue a renda e entrelace-a com a linha de bordado unindo-a ao arco. Pose ser mais fácil de fazer isso com uma agulha, daquelas que tem o “buraquinho” bem grande. Se quiser, pode aproveitar essa mesma linha para fazer a alça que você vai usar para pendurá-lo na parede. Coloque algumas miçangas pra ficar mais charmoso!



Depois disso, pegue as fitas de renda, dobre-as ao meio e corte no tamanho que desejar. Posicione as fitas no arco e costure com a linha simples (pode ser com uma miçanga junto!) as duas metades para que fiquem presas ao arco.


 Sabe aquelas plumas de festas de 15 anos? Pois foi de lá que tirei essas penas! Hahah Para finalizar, pegue as penas e miçangas e faça uma composição usando a linha de bordado. Amarre-a ao arco e está pronto!




E aí, o que acharam?
Beeijos!

terça-feira, 25 de março de 2014

Mais brechós, por favor

Há alguns dias o Yacamim promoveu aqui em Carazinho uma Garage Sale para arrecadar recursos para a entidade.  Uma imobiliária cedeu o local e a solidariedade das pessoas doou as peças para serem vendidas. Os preços estipulados variavam de R$1,00, R$3,00, R$5,00, R$10,00 e até mais dependendo da peça - e digo pra vocês, tinha muita coisa boa por lá! O segredo de comprar nesses lugares é: revirar! Por mais bagunçadas que as roupas já estejam e por mais impossível que pareça achar uma peça do seu tamanho: revire tudo. Vai que você acha "a" peça, não é? Bom, pois eu achei a minha!

Há tempos uma camisa jeans estava na minha lista de desejos. Nunca tinha achado algum modelo que me agrada$$e, sabe? Até que comecei a revirar a mesa onde todas as peças custavam R$3,00 e encontrei esse vestido Jeans.


Na mesma hora vi no vestido a camisa jeans que eu tanto queria, ali, custando R$3,00. Levei o vestido pra casa e depois para a na costureira cortar e fazer uma barra bonitinha, o que me custou R$5,00. Depois disso, decidi dar um toque meu a minha nova camisa, colocando algumas tachinhas na gola.




E esta é minha nova camisa, que custou R$8,00! Por isso peço - suplico, imploro - mais brechós, por favor!
Essa peça não estava mais sendo usada por ninguém, foi doada a uma instituição que precisava arrecadar recursos e comprada por mim - que estava louca atrás de uma roupa assim. No caso, além de ajudar o Yacamim, gastei muito pouco em algo que eu queria muito.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Primeiro encontro


Ele pareceu tímido a primeira vista. Olhar atento, camisa vermelha, mãos unidas. O andar era calmo, apreensivo e ele não sabia bem pra onde olhar, então olhou pra mim. Desviei o olhar só por precaução, mas não resisti por muito tempo. Tornei a olhá-lo. Lindo. Um jeito incomum de caminhar e se aproximar de mim. Se aproximando de mim! Inspirar, expirar. Continue calma e não fique vermelha, por favor. Eu simplesmente não conseguia olhar pra outra coisa que não fossem aqueles olhos se aproximando.
Tive que sair do mundo paralelo onde eu estava pra parecer normal e conseguir falar. Oi. Droga, bochechas vermelhas. Agora, tão perto assim, meus olhos não sabiam onde se fixar. Ficavam andando em todas as direções, como se tivesse algum tipo de obstáculo logo a frente. E tinha. Aquele menino novo - que não desviava o olhar. E sorria. Sorria, o que era ainda pior pra minha respiração meio sem ritmo e pra minha falta de jeito com essas coisas. Sorri de volta. Esse momento pareceu horas. Horas de silêncio, acanhamento e timidez - a minha timidez. Para o meu alívio ele não era tímido como parecia. Agradeci.  Ele quebrou o iceberg de gelo que eu criei entre nós e foi aí que ouvi a risada dele pela primeira vez. Estava me derretendo como o iceberg que sumiu. Ele fez perguntas, falou da vida, sorriu e estava tão perto. Eu poderia facilmente beijá-lo. Só me esticar um pouquinho e péssima ideia! Não estou prestando atenção no ele diz. Claro que eu concordo. Risinhos. Concordo com cada palavra sua que não escutei. Melhor prestar atenção.
O tempo passou tão intensamente rápido que nem percebi que já estava empurrando ele com soquinhos no braço. Já o chamei de chato 3 vezes e disse que ele tinha razão 4. Ele já me elogiou duas vezes e eu neguei, vermelha. Ele tinha que ir embora.  Eu ia dizer que mal havíamos chegado até olhar no relógio e perceber que agora sim horas haviam passado. Eu tinha que ir embora. Nossa, nem tinha percebido que tinha tanta gente assim aqui em volta da gente. Nem ele.
Hora de despedidas. Abraço, beijo ou só vou indo e dou um tchauzinho charmoso? Ainda bem, ele me abraçou.