Eu tenho uma ideia, querido. Pode considerar uma proposta. Vamos começar de novo? É. Começar de novo. Recomeçar. Começar outra vez. O que você acha de a gente ter um recomeço todos os dias? É que, sabe, o começo das coisas é sempre tão lindo e cheio de sorrisos desajeitados. É lá que tem aquele desejo carregado de timidez e insegurança que dá um friozinho gostoso na barriga. Que tem aqueles primeiros olhares em que a gente descobre alguém que irradia a nossa própria essência. Foi no inicio que a gente se apaixonou e listava motivos para se apaixonar ainda mais – não que essa lista ainda não exista. Mas você entende tudo o que eu quero dizer sobre o começo de tudo e o começar de novo, não é?
É que eu tenho medo disso que as pessoas falam que um amor só é bonito nos primeiros meses. Que é somente lá que se encontra o “mar de rosas” como eles dizem. E que depois, aquele mar de rosas vai secando, morrendo e perdendo a cor vermelha e viva das flores. Vai perdendo o encantamento, a magia da descoberta e todo esse blá blá blá que eu não quero/consigo acreditar que exista. Eu não queria que o nosso mar secasse e as rosas morressem, querido.
Vamos, vem. O começar de novo não precisa ser um começar do zero. Pode ser uma surpresa a cada dia. Que tal? Uma coisa diferente, uma coisa nova. Uma coisa inesperada e sem programação. Surpresas improvisadas seriam uma boa pedida pro nosso “mar de flores do campo” não secar e morrer. Sim, eu mudei de “rosas” pra “flores do campo” pra nós já iniciarmos o(s) nosso(s) recomeço(s). Flores do campo são simples, coloridas e não convencionais. Perfeitas pra um começar de novo, não acha?
A gente precisa é sair da rotina. Sair da sua casa e da minha. Não, não sei pra onde ir, querido. Mas a gente descobre. Acha um lugar bacana. E se a gente não achar também, voltamos pra casa e começamos a assistir (assistir!) a um filme que nenhum de nós (e nem ninguém) ouviu falar. Acho que seria uma experiência notável. Do tipo que dá pra contar pros nossos netos ou escrever um livro. Eu queria que nada entre a gente fosse taxado, convencional, regrado, levado a risca e dentro dos padrões. Eu queria que tudo fosse leve, com riso fácil e sem encanações, pra gente ter aquele mesmo sentimento bom do começar de novo em cada dia novo. O que acha, querido?
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