É estranho como o teu ombro parece ter sido feito especialmente pra acomodar minha personalidade oscilante em qualquer momento. É um lugar muito estratégico, pois fico perto o bastante de você e ainda posso pegar as tuas mãos e perceber admirando o quanto elas se encaixam perfeitamente com as minhas. Parece que cada espacinho entre os teus dedos foi feito sob medida pra eu aconchegar os meus. Entrelaçados. Como se eles sempre tivessem sido daquela maneira. E como se eles sempre devessem permanecer assim. Juntos. Assim como nós dois. É estranho você ter todas essas coisas que parecem ter sido pensadas programadas moldadas e feitas estrategicamente pra mim, parece até que nós dois deveríamos ser uma coisa só.
Tem alguma coisa que também interfere no jeito que a gente pensa. Como se algo nos sintonizasse e colocasse na mesma frequência. Nossos pensamentos colam. Nossos desejos também. Quando vou te falar algo e é como se você premeditasse as minhas palavras e as antecipasse por mim. Eu falo, você completa. Você fala, eu acrescento. E nós dois vamos vivendo assim, completamente acrescentados um pelo outro.
O teu abraço parece ter sido feito pra ser meu lar sempre que eu precisar. Lar pois ele conforta, protege e traz paz, bem como os lares costumam fazer. Nós apenas descansamos no nosso abraço. Entrelaçados. Juntos. Descansamos, pois o apertado ansioso dele traz calma na alma. Traz tranquilidade. Traz a certeza de que tudo está bem, mesmo quando for pra não estar. Acho que a combinação que a gente cria em um abraço é única. Pois não é, e nunca será apenas uma coisa casual e convencional. Será - e é - o eu e você do jeito mais único possível de ser. Mais entrelaçado. Mais junto. Em que pareceremos realmente um só. E agora nós somos um só, não é? Pois não existe mais um você sem mim. E muito menos um eu sem você.
A gente tá entrelaçado muito junto pra separar.
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